5.22.2010

diário de bordo - marília/SP

os dias em goiânia passaram voando. e já embarcamos para uma nova viagem. aliás, descobri que vou viajar incessantemente pelos próximos 2 meses. acho que vou acabar aprendendo a lidar com essa sensação de fluxo constante... a sensação de suspensão perdura. como se eu sentisse e vivesse o efêmero, o instante. parece que não dá pra aprofundar. os diálogos nunca se transformam em algo que renderá frutos futuros. o futuro é agora mesmo, cada quarto, cada ônibus, cada avião, cada abrir e fechar de malas.... pena que tudo parece meio vago e superficial, meio em movimento sempre. estou mais tempo aqui, de frente pro computador do que fazendo algo realmente útil ou produtivo. e assim parece ser com cada um... visito outros quartos e é a mesma cena.... meu colega de quarto.... a mesma cena.... há sempre um computador aberto, uma música rolando. uma tentativa desesperada de se manter "conectado" com aquilo que nos dá sentido, afeto, chão.

bom, no meio da viagem pra marília, me ocorreu que eu já dancei em marília. em 2008, com a cia fragmento de dança, quando estávamos realizando o projeto sesi circulação pelo interior de são paulo. nossa, foi muito muito bacana ter lembrado disso pois automaticamente me remeteu à uma época muito bacana!!! quando ainda morava em são paulo e achava que tudo na minha vida não estava do jeito que eu queria. hehehehehehe.

é muito bacana notar como a noção de nossa própria realidade é relativa. e varia de acordo com o nível de envolvimento emocional que temos com certos espaços, pessoas, sensações. o clima, as cores da cidade, as músicas que estamos ouvindo naquela época. criam um "plasma" de memórias. só que quando estamos vivendo esse contexto nossa percepção é difusa, imparcial. é difícil fazer julgamentos, valorar nossos aprendizados, nossas vivências..... enfim, isso tudo porque voltando pra marília, num outro contexto, totalmente diferente, vivendo um outro "plasma" de memórias e sensações, aquele momento anterior que de perto me parecia tão confuso e me deixava tão insatisfeito é agora, na verdade, uma preciosidade.

chegamos ontem e quando saí para almoçar, por coincidência (nem tanta pois a cidade é bem pequena), fui parar no mesmo restaurante que almocei da primeira vez que vim.... com a outra cia de dança. depois de comer fiz o caminho inverso ao que fiz da primeira vez e a cada esquina ia me lembrando dos passos que tinham sido dados, com outras pessoas, com outras certezas, outros medos.... cheguei finalmente à porta do hotel onde fiquei hospedado da primeira vez. e parei. olhei. foi uma experiência muito nostálgica e muito (não sei bem porque) gratificante.

dançamos hoje na abertura da virada cultural de marília e logo mais à noite seguimos para presidente prudente para dançar na mesma virada cultural amanhã 13h. uma maratoninha cansativa.

só relembrando uma frase antiga que me ocorreu: meu não lugar é comigo mesmo....

lembranças de uma pesquisa distante.

Um comentário:

Anônimo disse...

Marcos

Tudo isso foi sua luta, o que você está vivendo agora é o que você construiu, com suor, incertezas, medos e etc.
Neste momento sua família são seus companheiros de dança, seu momento agora é o crescimento profissional naquilo que você escolheu como sua vida e esse trabalho deve ser prazeroso, porque foi nele que você acreditou alguns anos atrás........
Cara, vai fundo, sei que a distãncia da família, do seu espaço e dos amigos deve dificultar um pouco, mas nunca desista dos seus sonhos......
Estamos aqui para te acompanhar e dar força e quem sabe um dia te aplaudindo na platéia.

Força mano......